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Petroquímicas impedem acordo do plástico na Coreia do Sul 6z6p14

Arábia Saudita e Rússia rejeitam a diminuição da produção de artigos problemáticos, como as sacolas de supermercado, criando ime 6b445b

Por Valéria França Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 3 dez 2024, 06h29 - Publicado em 2 dez 2024, 19h51

Os interesses econômicos falaram mais alto na Coreia do Sul. No último domingo, 1º, o encerramento da quinta rodada do Comitê Negociações Intergovernamental, na Coreia do Sul, frustrou as expectativas de cientistas, ambientalistas e da sociedade aflita com o desequilíbrio climático. Eram grandes as esperanças que representantes de 175 países conseguissem fechar o documental final para resolver um problemão da pesada: a destinação de 300 milhões de toneladas de plástico jogados no meio ambiente todos os anos ao redor do globo. Apenas 19% do total da produção do mundo tem como destino a reciclagem ou incineração. A solução está na diminuição do volume de plásticos que não essenciais, como as sacolas de supermercados. A indústria petroquímica em geral não é a favor de perder nenhum uma fração de dólar. Bate na tecla que apenas a reciclagem mais eficiente seria a solução.

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Os maiores opositores da redução da fabricação foram Arábia Saudita e Rússia. Mesmo sem êxito nas negociações, o resultado da reunião não significa que o assunto foi enterrado. “Apesar do ime, as negociações continuam em 2025”, disse a VEJA, Michel Santos, gerente de políticas públicas da WWF-Brasil, que estava na Coréia do Sul. Abaixo, as explicações do especialista.

Quais foram os principais pontos de embate, que impossibilitaram o acordo? Redução de produtividade? Os principais pontos de embate giraram em torno da redução na produção problemática de plásticos virgens de uso único, assim como “phase out” para químicos de preocupação e da criação de obrigações vinculantes para os países. Alguns países e setores industriais argumentaram que uma redução drástica na produção poderia impactar cadeias produtivas globais, especialmente em economias dependentes da petroquímica. Outros pontos críticos foram a responsabilização pelo ciclo de vida dos plásticos e a definição de financiamentos para apoiar países em desenvolvimento na transição para alternativas mais sustentáveis.

Quais foram os players antagonistas? China? EUA? A resistência veio principalmente de grandes produtores de petróleo, como países árabes, em especial a Arábia Saudita, mas também a Rússia, que rejeitaram categoricamente a ideia de limitar a produção anual de plástico.

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Qual é a proposta deles? Esses países insistiram que o foco deveria estar em ampliar a reciclagem e melhorar a gestão de resíduos, o que já se mostrou ineficiente, desviando o debate sobre limitar a produção. EUA e China adotaram posições intermediárias, o que influenciou os avanços nas negociações. É importante destacar que os interesses das indústrias petroquímicas foram um fator determinante para moldar essas posições, dado o papel estratégico do plástico como derivado do petróleo. É lamentável que, apesar de um apoio significativo de Estados-Membros para medidas ambiciosas, não tenhamos chegado a um consenso.

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Qual é a perspectiva agora? Tem saída? Apesar do ime, há esperança de progresso. As negociações continuarão em 2025 com foco em se buscar o consenso entre as partes. E o que nos dá essa sinalização é o fato de que uma maioria expressiva buscou se juntar em torno de um texto base mais ambicioso. É fundamental reforçar a necessidade de um tratado vinculante para enfrentar o problema global do plástico, priorizando tanto a redução na produção quanto o incentivo a modelos de economia circular. A saída exige cooperação internacional e financiamento adequado para apoiar países em desenvolvimento, de modo a garantir que nenhuma nação fique para trás nessa transição.

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