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Maílson da Nóbrega

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Blog do economista Maílson da Nóbrega: política, economia e história

Bom resultado do PIB não deve se repetir ao longo do ano

Desempenho se beneficiou do excelente resultado da agropecuária

Por Maílson da Nóbrega Atualizado em 30 Maio 2025, 09h15 - Publicado em 30 Maio 2025, 09h12

O resultado do PIB no primeiro trimestre, dessazonalizado, exibiu a robusta expansão de 1,4%, o que se deveu em grande parte ao expressivo crescimento de 12,2% da agropecuária. Dado que esse favorável desempenho teve origem na maior safra de todos os tempos, cujos efeitos se dissiparão ao longo deste exercício, é pouco provável que ele se repita nos próximos três trimestres. Ao lado disso, os altos juros, decorrentes da política monetária restritiva, devem contribuir para a desaceleração da atividade econômica, particularmente no segundo semestre.

Outro destaque em termos de expansão foi o da indústria extrativa, que cresceu, na mesma métrica, 2,1% no primeiro trimestre. Em boa parte, a explicação é a base comparação mais baixa do quarto trimestre do ano ado, devida a paralisações determinadas por serviços de manutenção de plataformas de extração de petróleo. A indústria de transformação caiu 1%, em linha com a previsão do início do ano. A queda não foi mais acentuada devido a demanda de consumo das famílias, impulsionada pelo aquecimento do mercado.

Os serviços tiveram o segundo melhor desempenho entre os setores da economia: cresceram, em termos dessazonalizados, 0,3% no primeiro trimestre. Esse resultado foi basicamente influenciado pela expansão dos serviços de tecnologia de informação (TI). A continuidade de seu crescimento nos últimos trimestres parece decorrer de fatores estruturais, pois se esperava uma redução de ritmo após o fim da pandemia, quando o segmento havia se expandido fortemente, graças à maior utilização de reuniões por vídeoconferences. Se for assim, os serviços de TI devem continuar a experimentar boa expansão nos próximos trimestres. Do mesmo modo, o desempenho do comércio, especialmente o do varejo, foi relevante no período, estimulado por um mercado de trabalho aquecido e de seus correspondentes efeitos na renda das famílias

Do lado da demanda, o maior destaque coube às importações, que cresceram expressivos 5,9% no primeiro trimestre (as exportações se expandiram apenas 2%). Duas razões básicas explicam esse resultado: 1) uma expansão da atividade econômica acima do potencial de crescimento da economia, o que resultou em vazamento da demanda interna em favor de aquisições no exterior; 2) a importação de uma plataforma de exploração de petróleo de alto valor, de fabricação chinesa. O segundo destaque ocorreu na formação bruta de bruta de capital fixo, cuja expansão alcançou 3,1% no primeiro trimestre, igualmente influenciada pela maior utilização de TI em projetos de investimento.

O consumo das famílias também é destaque: expandiu-se 1,0% no primeiro trimestre, apesar do crédito mais caro, da queda no ritmo de novas concessões de empréstimos e de uma inflação mais pressionada, fatores que limitam essa atividade. Essa resiliência pode ser explicada pela forte expansão da massa de renda das famílias, derivada de medidas como, entre outras, o aquecimento da demanda da economia e o aumento do limite de financiamento do programa Minha Casa Minha Vida.

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