‘Corte de gastos é inegociável’, diz Ciro Nogueira sobre acordo do IOF
Presidente do Progressistas afirma que legenda irá se opor a aumento de tributos que não seja acompanhado por redução de despesas do governo

O presidente do Progressistas, senador Ciro Nogueira (PP-PI), criticou as negociações do governo Luiz Inácio Lula da Silva em torno do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e afirmou que a legenda continuará se opondo a qualquer aumento de impostos que não seja acompanhado de cortes de gastos.
A declaração acontece menos de um dia após reunião entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). O encontro acabou com uma vitória para o governo, que conseguiu manter parte do decreto que determina o aumento do IOF. A Fazenda também deverá elevar outros tributos para compensar o que não conseguir arrecadar com o próprio IOF.
“O imposto, que deveria ter caráter regulatório, foi transformado em instrumento arrecadatório para compensar a má gestão das contas públicas, resultando em impacto direto sobre setores vitais para o investimento e o consumo”, publicou Ciro Nogueira na manhã desta segunda-feira, 9.
O cacique elogiou o trabalho dos presidentes da Câmara e do Senado — o qual classificou como “valioso para proteger a população” —, mas reforçou que o aumento de tributos sem um corte “severo de despesas” é “inegociável”.
Medidas
Em breve declaração aos jornalistas após a reunião que terminou na noite de domingo, 8, Haddad afirmou que os participantes chegaram a um acordo geral em torno de quatro pontos: uma medida provisória (MP) abolindo a isenção de alguns tipos de investimentos, a edição de um novo decreto recalibrando as alíquotas do IOF; um corte de 10% dos gastos tributários; e a redução de despesas primárias.
As duas primeiras medidas são conjugadas e têm o objetivo de fechar as contas de 2025. Segundo Haddad, a MP “visa basicamente o mercado financeiro”. O ministro acrescenta que sua função será corrigir “distorções no sistema de crédito e na cobrança de impostos sobre títulos”. Haddad explicou que todos os títulos que hoje são isentos de pagar o Imposto de Renda perderão esse benefício e citou, como exemplo, as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e as Letras de Crédito do Agronegócio (LCA).