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Os motivos que levaram a China ao superávit recorde de US$ 1 trilhão

O país atingiu um volume comercial histórico, impulsionada por exportações recordes de US$ 3,5 trilhões

Por Luana Zanobia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 13 jan 2025, 10h18

A China alcançou um superávit comercial recorde de US$ 1 trilhão em 2024, um aumento de 21% em relação ao ano anterior. O comércio exterior chinês ultraou as marcas de 2022, ano impactado pela pandemia, à medida que as exportações aumentaram em quase todos os meses de 2024. Com embarques anuais de US$ 3,5 trilhões, a China se consolidou como a maior exportadora da história, quebrando todos os recordes anteriores.

O sucesso, entretanto, é temperado por crescentes tensões comerciais com os Estados Unidos, que agora tende a se intensificar com a gestão de Donald Trump. O aumento nas exportações para o mercado norte-americano em dezembro de 2024 – o maior em dois anos, somando US$ 49 bilhões no mês – indica uma corrida das empresas chinesas para antecipar possíveis novas tarifas e restrições.

Com a guerra comercial em escalada e a retração da economia global, Pequim tem buscado diversificar suas relações comerciais. A expansão de produtos de alta tecnologia, como veículos elétricos, painéis solares e robôs, tem desempenhado um papel vital na composição das exportações chinesas. Esse movimento é parte de uma estratégia de longo prazo para reduzir a dependência de setores tradicionais, como o têxtil e manufaturas de baixo valor agregado.

A crescente parceria com economias emergentes na Ásia, América Latina e Europa Oriental reforçou a resiliência do comércio exterior chinês. Países como o Brasil e a Rússia tornaram-se destinos prioritários para a exportação de produtos tecnológicos e insumos industriais, enquanto a China aumenta suas importações de matérias-primas, especialmente agrícolas e energéticas.

Embora a China continue a embarcar volumes crescentes de mercadorias para o mundo, seus exportadores têm enfrentado quedas nos preços de exportação por mais de um ano, consequência da deflação interna e da queda nos custos de produção. A pressão deflacionária reflete a crise no setor imobiliário chinês, um dos pilares da economia doméstica, e o fraco consumo interno. Assim, o crescimento das exportações em volume superou significativamente o aumento em valor, um sinal de que a margem de lucro das empresas exportadoras pode estar diminuindo.

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O panorama global, no entanto, sugere que o vento favorável às exportações chinesas pode enfrentar resistência em 2025. A recuperação econômica morna da Europa, aliada a um ambiente de crescimento moderado nas economias emergentes, pode restringir a demanda por produtos chineses. Além disso, o aumento das tarifas norte-americanas e o aprofundamento das disputas comerciais com outros grandes mercados ocidentais apresentam riscos de desaceleração.

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